A delegação do PSD no Parlamento Europeu expressou hoje “satisfação” com a conclusão das negociações do Acordo UE-Mercosul — que envolve Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai —, descrevendo-o como um marco histórico.
Em comunicado enviado à imprensa, os eurodeputados social-democratas destacaram que a América Latina era, até então, o único parceiro relevante com o qual a União Europeia (UE) não possuía um acordo comercial preferencial.
Para os representantes do PSD, o acordo “reforça o papel da UE como líder global no comércio sustentável, promovendo a sustentabilidade e a transição verde global”. O pacto abrirá acesso a um mercado de cerca de 700 milhões de consumidores, após negociações iniciadas em 1999, finalmente concluídas na última sexta-feira.
Em 2023, conforme relembra a delegação social-democrata em Bruxelas, a UE foi o segundo maior parceiro comercial de bens dos países do Mercosul, representando 16,9% do comércio total da região, atrás da China, mas à frente dos Estados Unidos.
“Ao eliminar barreiras comerciais e discriminações, o Acordo UE-Mercosul permitirá que as empresas europeias, incluindo as PME, atuem de forma mais competitiva nos mercados dinâmicos do Mercosul”, aponta o comunicado. Os eurodeputados do PSD sublinham ainda que o acordo prevê a eliminação de tarifas de importação em mais de 91% dos produtos exportados.
Para a delegação do PSD, o acordo também representa uma “oportunidade única” para fortalecer a cooperação política e comercial com os países do Mercosul, com os quais Portugal mantém relações históricas importantes. Além disso, valoriza os produtos europeus diferenciados e estimula as exportações das empresas europeias.
Na sexta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que a UE e os países do Mercado Comum do Sul (Mercosul) alcançaram um acordo político para aquele que será o maior tratado comercial do mundo.
Falando à imprensa a partir de Montevidéu, no Uruguai, onde participou na reunião de líderes da UE e do Mercosul, von der Leyen enfatizou que o acordo “não é apenas uma oportunidade económica, mas uma necessidade política”.
O Presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, representando os países do Mercosul, destacou a “relevância” do tratado. O Presidente do Brasil, Lula da Silva, também participou na reunião, com von der Leyen apelando aos seus “esforços para proteger a Amazónia”.
As negociações políticas, que incluíram compromissos ambientais, foram concluídas hoje após avanços preliminares em 2019 que não haviam prosseguido.
O acordo UE-Mercosul abrange os 27 Estados-membros da UE, além de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, representando 25% da economia global e atingindo cerca de 780 milhões de pessoas, quase 10% da população mundial.
